Coletivo Ana Montenegro

sábado, 8 de março de 2014

Nosso março

Nosso março

Por Mauro Luis Iasi

La canción que repetía
Riendo a noche y a muerteAhora porque me liberte
¡Cántenme!
Gabriela Mistral

Todo mundo deste pequeno mundo da militância cresceu com a história do 8 de março como sendo um dia internacional de luta das mulheres, proposto por Clara Zetkin na Internacional Socialista em 1910, tendo por referencia a greve das costureiras de Nova York de 1857, que teria sido marcado por um acontecimento trágico, um incêndio no qual teriam morrido cerca de 130 operárias pelo fato das portas estarem fechadas.
Ao que parece acabou por se misturar alguns episódios históricos: uma greve de costureiras em Nova York em 1857 (há quem afirme que não houve sequer a greve), uma greve longa das costureiras, cerca de cinco meses de paralização, em 1910 na mesma cidade de Nova York e um acidente em 1911, o tal incêndio, causado pelas péssimas condições de trabalho no qual teriam morrido cerca de 140 operárias, principalmente porque as portas ficavam fechadas para que as trabalhadoras não se dispersassem na hora do almoço.
Sabemos com certeza, pelo menos, que o dia internacional de luta das mulheres está ligado à luta das mulheres por melhores condições de vida e trabalho, principalmente, a luta pela jornada de 8 horas; e que a iniciativa de se criar um dia que marcasse esta luta parte das mulheres socialistas.
No mesmo ano de 1911 uma das mulheres mais combativas do século XX, no momento como membro da Secretaria da Mulher Socialista da Internacional, a camarada Alexandra Kollontai, propõe que a comemoração do dia da mulher socialista homenageasse um levante de mulheres ocorridos em 1848 que teria levado à promessa de garantir o direito de voto às mulheres. O fato teria ocorrido no dia 19 de março de 1848.
Desta forma foi o dia da mulher socialista comemorado, por iniciativa da Internacional, mas o fato que não se fixou um dia, em cada pais se comemorava em uma data diferente. Na Rússia em 1917, no dia 23 de fevereiro, pelo calendário russo, o que corresponde no calendário ocidental ao dia 8 de março, as mulheres fazem uma enorme passeata nos bairros operários convocando os trabalhadores a entrar em greve contra o czarismo, o que desencadeia a revolução de fevereiro e a queda do Czar.
Só em 1921, já na III Internacional é que a data se fixa como dia Internacional de luta das mulheres: o nosso 8 de março. A ONU, com sua conhecida agilidade, aguardou a década de 1970 para oficializar o dia.
Não sei. As coisas se alienam, se estranham de si mesmas. Aquelas grande marchas militares soviéticas que comemoravam o aniversário da Revolução de 1917, guardavam pouca relação, no essencial, com os trabalhadores segurando armas que tomaram o Palácio de Inverno em outubro/novembro de 1917. O mesmo ocorre com o 8 de março. Salvo as honradas exceções de nossas valorosas militantes feministas, e em geral de nossas organizações de esquerda, o 8 de março virou uma expressão de hipocrisia na qual as empresas dão um rosa às suas funcionárias, as vezes um cartaz bonito de um sindicato que durante o resto do ano não dá a mínima para a questão das mulheres e quase sempre o comércio tentando tirar proveito de namorados, maridos e companheiros com um certo grau de culpa e uma floricultura no caminho.
Não sei se o dia ou o evento foram esses, mas sei que existiu e existe uma classe que se levanta contra a opressão do capital e que essa classe, como dizia a saudosa Beth Lobo, tem dois sexos e que mulheres socialistas e revolucionárias abraçaram suas lutas com sua generosidade e fraternidade,  nos lembrando de seu sacrifício e seus sonhos, fazendo com que também se tornem os nossos.
Sabemos também dos modernos incêndios nas modernas oficinas/casas na qual a ordem do capital continua queimando nossas companheiras, assim como sabemos na particular carga que cabe as mulheres nesta ordem de exploração e opressão. Não nos ilude, da mesma forma, o discurso pós moderno que coloca em evidência a questão mulher para esconder suas reais determinações.
Por isso, insistimos em uma março de lutas, um março socialista, gritando na alma o nome de nossos companheiros e companheiras, gritando numa língua que o mundo inteiro entende e procurando nos olhos tristes ou alegres de mulheres que conseguem olhar mais longe, o caminho de volta até nos mesmos.
Aí vai, então, um texto que foi originalmente feito para o boletim do Fórum Nacional de Monitores do 13 de Maio e que aqui foi alterado para esta publicação para marcar nosso 8 de março (por que a luta das mulheres também é, ou devia ser,  dos homens):
8 de março, 8 horas… até quando?
Por quanto tempo deve o ser humano trabalhar? Dezoito horas, oito horas, seis horas? Sessenta anos, setenta, uma vida inteira, uma existência? Por quanto tempo é juridicamente aceitável a licitude do ato de sugar as “faculdades físicas e espirituais que existem na corporalidade, na personalidade viva” de um ser humano? Por quanto tempo é legal transformar um ser humano em mercadoria e consumi-lo no processo de trabalho e de valorização? Algumas mulheres, muitos anos atrás, cruza­ram os braços sobre os seios cobertos de “devil’s dust”, o pó mortal que cobre o ar nas tecelagens e lhes impregna o pulmão, e disseram que oito horas eram o bastante.
Que por um tempo do dia elas se pertenceriam, que seus corpos seriam caricias e não fios, que seus lábios seriam beijos e não valores de uso, que seus cérebros seriam ideias e não valor. Que por uma parte do dia, ao menos, levariam seus corpos a passear e cuidariam de si e de seus amados, olhariam o mundo lavado pela chuva e respirariam o cheiro puro em seus pulmões cansados.
Quando as portas da fábrica se fecharam não sabemos da expressão de pânico em seus rostos, podemos apenas adivinhar o pavor nos olhos que a pouco brilhavam como apenas brilham os olhos de quem descobre sua força e sua dignidade. Podemos imaginar as narinas dilatadas pelo medo, podemos supor o último abraço na companheira ao lado que chorava enquanto as chamas consumiam o capital constante … o prédio, as máquinas … não mais lambidas pelo fogo do trabalho vivo, mas agora pelo ódio de classe, pelo ódio assassino.
Podemos ainda ouvir o último suspiro e a esperança carbonizada naqueles corpos de meninas …
Naqueles minutos onde tudo ardia viam-se sombras sobre o telhado da fábrica em chamas. Espectros de bruxas e parteiras, de meninas que acariciavam seu sexo e adivinhavam o futuro, fantasmas de mães e filhas, de avós e matriarcas, poetisas e prostitutas que riam dos deuses, dos homens e suas certezas; até que tudo não foi mais que cinzas.
Por isso, quando fevereiro passar com seus cortejos e março novamente trouxer essas cinzas, as recolha com carinho, abrace-as, pois são as cinzas de nossas companheiras, que vagam pelo mundo há tanto tempo nos fazendo a mesma pergunta: até quando… até quando… até quando?
***
Mauro Iasi é professor adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ, presidente da ADUFRJ, pesquisador do NEPEM (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas), do NEP 13 de Maio e membro do Comitê Central do PCB. É autor do livro O dilema de Hamlet: o ser e o não ser da consciência (Boitempo, 2002). Colabora para o Blog da Boitempo mensalmente, às quartas.
Fonte: http://blogdaboitempo.com.br/2012/03/08/nosso-marco/

Atividades do Ana pelo dia 8 de Março

As atividades acerca do dia 8 de Março - Dia Internacional da Mulher - foram das mais diversas pelo Brasil a fora. O importante é não deixar que esta data passe despercebida aos nossos olhos, é necessário desmistificar e desmascarar todas as ladainhas que o capitalismo, na tentativa de se apropriar dessa data que trata-se claramente de uma luta ANTICAPITALISTA, colocou em cima do dia da mulher.
O dia 8 de março é dia DE LUTA!

Seguem algumas das atividades que o Coletivo Ana Montenegro se fez presente, realizou ou ainda realizará sobre o dia de luta internacional da mulher.

Recife-Pernambuco:
Evento promovido pelas camaradas do Coletivo Ana Montenegro de Recife-PE, "O Papel da Mulher nas lutas contra a Ditadura Brasileira", além de ser uma atividade do 8 de março, fazem uma importantíssima e necessária homenagem às mulheres que lutaram durante os terríveis anos da Ditadura Militar no Brasil, lembrando que o golpe de 64 completará 50 anos no mês de abril. Que nossas bravas guerreiras jamais sejam esquecidas!


Aracajú-SE:
Em Aracajú-SE, a comemoração será na rua! Muita poesia, intervenções culturais, filmes, e roda de conversa na Praça da Liberdade. "Um dia de luta por uma vida de liberdade"!

Rio de Janeiro-RJ:
No dia 09 de março, o Coletivo Ana Montenegro do Rio promoverá o debate "Avanços e Desafios para as Mulheres no Século XXI".

São Paulo-SP:
Além de toda uma semana de preparação, divulgação e panfletagens, as camaradas do Coletivo Ana Montenegro de São Paulo, capital, se fizeram presentes no Grande Ato unificado pelo Dia Internacional da Mulher! "Pela emancipação da mulher, destruir a sociedade de classes!"

São José do Rio Preto - SP:
O Coletivo Ana Montenegro de Rio Preto-SP, integrou junto às companheiras do MML e da Marcha das Vadias, o evento "08 de março: O que comemorar", que contou com ampla participação, teatro, e demais discussões sobre o movimento feminista.
Camarada Lenina, representado o CAM.
As camaradas Bruna e Lenina também ministraram uma belíssima Palestra sobre o Movimento Feminista, em Homenagem ao Dia Internacional da Mulher, na Escola Estadual Gabriel Cozetto, de Nova Aliança, direcionada aos estudantes de 9º ano e Ensino Médio.


Marília-SP:
Ainda em construção na cidade de Marília-SP, camaradas integrantes do coletivo em conjunto com militantes da UJC realizaram na sexta-feira, 07, uma panfletagem no Terminal Urbano, onde quase 1000 panfletos foram distribuídos às trabalhadoras e trabalhadores marilienses.


Ocho de Marzo, por Gioconda Belli

Ocho de marzo
Amanece con pelo largo el día curvo de las mujeres,
¡Qué poco es un solo día, hermanas,
qué poco, para que el mundo acumule flores frente a nuestras casas!
De la cuna donde nacimos hasta la tumba donde dormiremos
-toda la atropellada ruta de nuestras vidas-
deberían pavimentar de flores para celebrarnos
(que no nos hagan como a la Princesa Diana que no vio, ni oyó
las floridas avenidas postradas de pena de Londres)
Nosotras queremos ver y oler las flores.
Queremos flores de los que no se alegraron cuando nacimos hembras
en vez de machos,
Queremos flores de los que nos cortaron el clítoris
Y de los que nos vendaron los pies
Queremos flores de quienes no nos mandaron al colegio para que cuidáramos a los hermanos y ayudáramos en la cocina
Flores del que se metió en la cama de noche y nos tapó la boca para violarnos mientras nuestra madre dormía
Queremos flores del que nos pagó menos por el trabajo más pesado
Y del que nos corrió cuando se dio cuenta que estábamos embarazadas
Queremos flores del que nos condenó a muerte forzándonos a parir
a riesgo de nuestras vidas
Queremos flores del que se protege del mal pensamiento
obligándonos al velo y a cubrirnos el cuerpo
Del que nos prohíbe salir a la calle sin un hombre que nos escolte
Queremos flores de los que nos quemaron por brujas
Y nos encerraron por locas
Flores del que nos pega, del que se emborracha
Del que se bebe irredento el pago de la comida del mes
Queremos flores de las que intrigan y levantan falsos
Flores de las que se ensañan contra sus hijas, sus madres y sus nueras
Y albergan ponzoña en su corazón para las de su mismo género
Tantas flores serían necesarias para secar los húmedos pantanos
donde el agua de nuestros ojos se hace lodo;
arenas movedizas tragándonos y escupiéndonos,
de las que tenaces, una a una, tendremos que surgir.
Amanece con pelo largo el día curvo de las mujeres.
Queremos flores hoy. Cuánto nos corresponde.
El jardín del que nos expulsaron.
Gioconda Belli

Gioconda Belli é escritora, poetisa e romancista nicaraguense. Belli (1949, Manágua) começou a escrever ainda jovem, na mesma época em que se envolveu com a luta para derrubar a ditadura no país. Aos 19 anos, já estava casada e logo seria mãe. Tinha uma vida privilegiada na burguesia de Manágua, mas sentia-se sufocada. Afinal, o clima estava tenso no país. Depois do terremoto de 1972, decidiu se juntar de vez à Frente Sandinista de Libertação Nacional, dessa vez não mais como colaboradora clandestina, mas na linha de frente, deixando as filhas com a família. O clima foi ficando cada vez mais pesado, e ela exilou-se no México em 1975. Em seguida, em Costa Rica e Cuba. Só retornou à sua amada Manágua em 1979, quando os sandinistas tomaram o poder.

8 de março: Dia Internacional da Mulher!

8 de março – o que comemorar?

Foto de Giovanni Marrozzini
O dia Internacional da Mulher é recheado de mitos sobre sua origem. Apesar das divergências a referência histórica principal é a II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em 1910, na Dinamarca, quando a comunista Clara Zetkin e outras militantes, apresentaram uma resolução com a proposta de instituir oficialmente um dia internacional das mulheres. Não havia uma data específica, sendo comemorado em diferentes dias dependendo de cada país, com o objetivo de ser um dia de discussão acerca da luta socialista pra libertação das mulheres e pela conquista plena de cidadania.

“As mulheres socialistas de todas as nações organizarão um Dia das Mulheres específico, cujo primeiro objetivo será promover o direito de voto das mulheres. É preciso discutir esta proposta, ligando-a à questão mais ampla das mulheres, numa perspectiva socialista”.
(Resolução da II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas)
Clara Zetkin, então deputada, em discurso aos trabalhadores. Alemanha, 1930.
Passados 104 anos, o que temos para comemorar?
Muito se foi alcançado como a conquista do voto e demais direitos políticos e civis (licença maternidade, Lei Maria da Penha, etc.), porém a situação ainda é alarmante. 
Por isso, organizar-se é imprescindível para a luta feminista, pois muito ainda precisa ser conquistado!


Você sabia que...

...FEMINICÍDIO é homicídio praticado contra a mulher. No Brasil, a cada 1h, 2 mulheres são assassinadas por seus parceiros, 15 por dia, 500 por mês, dessas, mais de 60% são jovens e negras.(1)

...cerca de 50 mil ESTUPROS foram registrados no Brasil em 2012. Crescimento de 18% em relação a
2011. A cada 12 segundos uma mulher é estuprada.(2)

...uma a cada 5 mulheres já fizeram ABORTO. 1 milhão de abortos por ano. A cada 2   dias, uma mulher morre por causa do aborto inseguro.(3)

... DESEMPREGO, TRABALHO PRECÁRIO E MENORES SALÁRIOS são bem maiores em relação às mulheres do que aos homens. A taxa de DESEMPREGO entre mulheres é 60% superior a dos homens, os SALÁRIOS das mulheres equivalem a 72,3% dos salários deles (4). A flexibilização das leis trabalhistas, com a prestação de serviços TERCEIRIZADOS e QUARTEIRIZADOS afetam diretamente as mulheres, pois ocupamos a maior parcela nas relações precarizadas de trabalho.

...mulheres têm menos ACESSO AOS SERVIÇOS PÚBLICOS destinados a VULNERABILIDADE SOCIAL. Moradoras em situação de rua sofrem com estupros coletivos, podendo chegar a mais de 40 relações sexuais numa noite, em troca de drogas, ou esmolas. Mesmo assim, há poucos serviços destinados a elas, quase todas grávidas, portadoras de HIV e Tuberculose, podendo explicar parcialmente o fato delas acessarem menos tais serviços. 

Fontes de pesquisa: (1) Ipea, (2) Sétimo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, (3) PNA, (4) IBGE.

São mais de 100 anos de luta feminista. Há avanços, porém a violência contra a mulher aumenta conforme o capitalismo aprofunda os seus mecanismos de exploração humana. É preciso lutar, é preciso se organizar, para romper com o capitalismo, pela emancipação da classe trabalhadora e pela emancipação da humanidade! 

Women Free, Oakland, EUA, 1968. Mulheres do partido Panteras Negras.

MULHER: ORGANIZA-TE E LUTA!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Nota de solidariedade aos familiares e companheiros/as de Sandra, militante do PSTU-PE, e seu filho Icauã.

O Coletivo Ana Montenegro expressa todo apoio e solidariedade aos familiares, companheiras e companheiros de Icauã Rodrigues (10) e sua mãe Sandra Lúcia Fernandes (48), militante do PSTU em Recife-PE, os quais foram covardemente assassinados por Marcos Aurélio Barbosa da Silva (23), que confessou o crime, ocorrido na madrugada de 17 de fevereiro.
Expressamos nosso repúdio a este lamentável fato e nossa determinação de seguir em luta contra o machismo, o qual faz parte da conformação da sociedade capitalista e através da violência de Estado é retransmitido às esferas mais nucleares desta sociedade, tais como as famílias, sendo as crianças e mulheres as mais prejudicadas.
Lutemos pela igualdade de mulheres e homens, por uma sociedade socialista, construindo, assim, um feminismo comunista, que lute contra a exploração do capitalismo e pela superação da sociedade de classes, para que as relações humanas e amorosas sejam constituídas por decisões livres e emancipadas!
"Um silêncio nunca foi uma ausência, embora pareçam distantes, Sandra e Icauã estarão sempre PRESENTES!"

Assinam em conjunto essa nota de solidariedade:
União da Juventude Comunista
Partido Comunista Brasileiro




quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Atividades do Ana pelo Brasil: 16 dias de ativismo!

Durante os 16 dias de ativismo, de 25 de novembro a 10 de dezembro de 2013, o Coletivo Ana Montenegro organizou, promoveu e contribuiu com várias atividades pelo país.
Segue abaixo as atividades promovidas pelo Ana, onde temas como a monogamia, lutas sociais das mulheres, combate a violência de gênero e classe e Lei Maria da Penha foram abordados.

Seminário Mulheres e Lutas Sociais: "Reflexões sobre as imagens que a sociedade constrói e reconstrói sobre as mulheres" - São José do Rio Preto/ SP.



O Seminário ocorreu em 23 de novembro, com mediação da Profª Maria Orlanda Pinassi (Unesp-Araraquara), e contou com cerca de 40 participantes, além do apoio e presença de militantes do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST) e o Movimento Mulheres em Luta (MML).
Em ocasião do Dia Internacional da não-Violência contra a Mulher, o objetivo do seminário organizado pelo Coletivo Ana Montenegro de São José do Rio Preto, foi o de promover reflexões sobre as imagens que a sociedade constrói e reconstrói sobre as mulheres. 


Tarde Formação Feminista: Monogamia em Questão - São Paulo/ SP
A Tarde de Formação Feminista aconteceu em São Paulo capital, no dia 30 de novembro. Com o objetivo de promover uma discussão sobre a Família Monogâmica, abordando a dominação do casamento sob a mulher, o amor romântico e as implicações da relação monogâmica na luta de classes.



Palestrantes do evento foram Jessica Ipólito, Lésbica, militante da MMM e núcleo RLi-SP, escritora do blog Gorda&Sapatão; e  Wagner Farias: Educador Popular do Núcleo de Educadores Populares 13 de Maio.


Combate a Violência contra a Mulher: Um balanço dos 7 anos da Lei Maria da Penha - Aracajú/ SE.
No dia 06 de Dezembro o coletivo feminista Ana Montenegro- Sergipe realizou o debate: “A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: Um balanço dos 7 anos da Lei Maria da Penha” na Universidade Federal de Sergipe.
A ideia era seguir o calendário feminista latino- americano da Campanha dos 16 dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero e de Classe, uma iniciativa de âmbito nacional e internacional que ocorre simultaneamente em cerca de 120 países, desde 1991, cujo objetivo é promover debates e denunciar as várias formas de violência. A escolha do local se deu pela morte de uma funcionária terceirizada da universidade, que foi brutalmente assinada pelo seu ex- marido no local de trabalho.


O evento contou com a colaboração da professora de direito Andreia Deprieri e a de Serviço Social Catarina Nascimento, as quais fizeram um resgate histórico e balanço da Lei Maria da Penha. O debate lotou o auditório do CODAP de estudantes e feministas numa noite de sexta- feira.

"Nada causa mais horror à ordem, do que mulheres que sonham e lutam" - José Martí.

COLETIVO ANA MONTENEGRO


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

COMBATE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: Um balanço dos 7 anos da Lei Maria da Penha.


Mediante a Campanha dos 16 dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero e Classe o Coletivo Feminista Ana Montenegro de Aracajú - Sergipe convida a todas e a todos para participarem do debate de balanço e perspectiva da Lei Maria da Penha.


Data: 06 de dezembro de 2013.
Horário: 19h
Local: Auditório do Colégio de Aplicação (CODAP), da Universidade Federal do Sergipe (UFS)

Esse debate será facilitado pela professora Andrea Depieri (Departamento de Direito da UFS) e a professora Catarina Nascimento (departamento de Serviço Social da UFS).



Entenda o porquê dos 16 dias de Ativismo

Em 1991, em um congresso feminista latino-americano, com o objetivo de promover debates e denunciar as várias formas de violência de gênero, foi lançada a campanha dos 16 dias de ativismo, dias de lembrança e ação na luta contra toda forma de preconceito, opressão e discriminação sofridos pela mulher, sendo essa uma iniciativa de âmbito nacional e internacional ocorrendo, simultaneamente em cerca de 120 países com um trabalho educativo, de sensibilização e de lutas pela não violência contra as mulheres.
A Campanha dos 16 dias de ativismo contra a violência de gênero tem como marco inicial a data de 25 de Novembro - Dia da Não Violência contra as Mulheres – e final no dia 10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos-, estabelecendo-se, portanto, um elo simbólico entre violência de gênero e classe e direitos humanos.
Mais informações clique aqui.

Confirme sua presença no nosso evento no facebook:

Coletivo Ana Montenegro Aracajú - Sergipe

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

TARDE DE FORMAÇÃO FEMINISTA

Coletivo Ana Montenegro de São Paulo - SP, oferece no dia 30 de novembro uma tarde de formação feminista: Monogamia em Questão.

Ratificação do local: 5º andar

A família monogâmica e a mulher


A família monogâmica surge com a propriedade privada e se caracteriza, em termos gerais, pela retirada da mulher da vida coletiva, levada a cabo pela necessidade de se manter a herança por meio da reprodução biológica, tornando a mulher propriedade de seu marido para quem dedicará seu tempo e para quem terá os filhos (herdeiros). A sociedade capitalista irá manter – e aumentar – a dominação patriarcal por meio dela. As mulheres da elite sofreram um duro golpe com o capitalismo que as jogou para dentro de casa e as responsabilizou pela manutenção do núcleo familiar (as mulheres nobres dispunham de certa autonomia, algumas chegando a cargos importantes, além das rainhas e princesas. Até mesmo na Grécia antiga a mulher gozava de mais status, como em Esparta, por exemplo). A família burguesa vê na mulher o tripé de mãe e esposa dedicada e dona de casa competente, cuja função natural é o cuidado com o lar, mantendo a herança segura por meio da castidade e fidelidade.

Já a mulher trabalhadora, e no Brasil, a escrava, sempre esteve fora da casa: a mulher negra compõe um contingente de mulheres que trabalharam durante séculos como escravas nas lavouras ou nas ruas, como vendedoras, quituteiras, prostitutas e que entenderam nada quando as feministas burguesas disseram que as mulheres deveriam ganhar as ruas e trabalhar! A monogamia é fundamental para que o marido saiba quem faz parte de sua prole e, assim, a herança possa ser carregada. Para a mulher trabalhadora a desvinculação da família seria mais simples, já que não há herança envolvida. Porém, o discurso em torno da paternidade é também vendido para o homem trabalhador, que exige de sua mulher, a fidelidade.
Em suma: a mulher burguesa sofre diretamente com a perpetuação da dominação do casamento, enquanto que a trabalhadora sofre o moralismo decorrente dessa mesma dominação, com o agravante de pertencer à uma classe social em que tem que vender a sua força de trabalho (ficar em casa não é uma opção, assim como sair não é uma luta!).

Programação

Data: 30/11/2013 - sábado

14h00 – Abertura
14h15 – Roda de Conversa: Gênero e o discurso ideológico em “O relógio de ouro” de Machado de Assis. Com Carol Lopes. (Coletivo Ana Montenegro)
16h00 – Café da Tarde
16h30 - Monogamia e Amor Romântico: O amor romântico e as implicações da relação monogâmica na luta de classes.

Palestrantes:
Jessica Ipólito: Lésbica, militante da MMM e núcleo RLi-SP, escritora do blog Gorda&Sapatão.
Wagner Farias: Educador Popular do Núcleo de Educadores Populares 13 de Maio .

Onde – SINSPREV (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência) Rua Antonio Godói, 88 – 5º andar – próximo ao viaduto Santa Efigênia

Confirme sua presença em nosso evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/439484356157574/450738668365476/?notif_t=plan_mall_activity

Saudações feministas!
Coletivo Ana Montenegro.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

DEZESSEIS DIAS DE ATIVISMO DE 25 DE NOVEMBRO A 10 DE DEZEMBRO



Campanha dos 16 dias de ativismo contra a violência de gênero e classe


Em 1991, em um congresso feminista latino-americano, com o objetivo de promover debates e denunciar as várias formas de violência de gênero, foi lançada a campanha dos 16 dias de ativismo, dias de lembrança e ação na luta contra toda forma de preconceito, opressão e discriminação sofridos pela mulher, sendo essa uma iniciativa de âmbito nacional e internacional ocorrendo, simultaneamente em cerca de 120 países com um trabalho educativo, de sensibilização e de lutas pela não violência contra as mulheres.
A Campanha dos 16 dias de ativismo contra a violência de gênero tem como marco inicial a data de 25 de Novembro - Dia da Não Violência contra as Mulheres – e final no dia 10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos-, estabelecendo-se, portanto, um elo simbólico entre violência de gênero e classe e direitos humanos. No Brasil as feministas incorporaram, dentro dos 16 dias, outras datas como o 20 de Novembro – Dia Nacional da Consciência Negra, buscando a inclusão da cultura negra, as lutas contra a tripla discriminação sofrida pela mulher negra (gênero, etnia e classe social) e ainda, os dias 01 (Luta contra a Aids) e 06 (massacre em Montreal) e finalmente, 18 de Dezembro data em que a ONU, em 1979, aprovou a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, o CEDAW.

O dia 20 de Novembro – Dia da Consciência Negra - É um dia de denúncia, protesto e resistência em memória do martírio e morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da inteligência e resistência da população negra, ocorrida em 1695. A data enseja a denúncia contra a ideologia da democracia racial e o espírito de resistência contra as desigualdades perpetuadas sob o pretexto da diferença racial. Refere-se, também, à defesa e promoção da identidade e dos valores étnicos.

25 DE NOVEMBRO

O dia 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres, foi escolhido para lembrar o assassinato brutal das irmãs, ocorrido em 25/11/1960, conhecido mundialmente, por conta de um dos maiores atos de violência cometido contra mulheres, no caso Mirabal, Minerva, Pátria, e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, (Borboletas, nome utilizado nas atividades clandestinas) que lutavam por soluções para os graves problemas sociais e pela liberdade política do pais,a República Dominicana.Foram perseguidas e, por diversas vezes, presas até serem brutalmente assassinadas na luta na oposição ao governo de Rafael Trujillo, ditador sanguinário, uma das ditaduras mais violentas da América Latina entre o período de1930 a 1961.

As irmãs Mirabal, "Las Mariposas".
Em função da ação política as irmãs foram presas junto com seus maridos, o que, provocou uma comoção popular obrigando o ditador a libertá-las. Em seguida são libertadas sendo simulado um acidente automobilístico matando-as quando voltavam da prisão de uma visita aos maridos. Seus corpos foram encontrados no fundo de um vale, estranguladas e com os ossos quebrados. Pouco tempo depois em 30 de maio de 1961, Trujillo é assassinado e com ele cai a ditadura.

Outra data, o 1º de dezembro de 1988, é lembrada por conta do Encontro Mundial de ministros de Saúde de 140 países,ocorrido em Londres, criando-se o Dia Mundial de Combate à Aids, data na qual, especialmente as feministas, aproveitam para apontar as estatísticas e formas de combate à feminização da AIDs.

Já o 06 de dezembro, é assinalado como o Dia internacional da Não Violência contra a Mulher demarcado pelo massacre de mulheres em Montreal no Canadá, no dia 6 de dezembro de 1989, no qual Marc Lepine, invadiu armado uma sala de aula da Escola Politécnica, ordenou a saída da sala dos 48 homens presentes, permanecendo no recinto somente as mulheres. Lepine atirou e assassinou 14 mulheres, à queima roupa. Em seguida, suicidou-se. Em uma carta deixada por ele, justificava seu ato dizendo que não suportava a ideia de ver mulheres estudando Engenharia, um curso tradicionalmente voltado para os homens. O massacre tornou-se símbolo da injustiça contra as mulheres e inspirou a criação da Campanha do Laço Branco, mobilizando homens e mulheres pelo fim da violência contra as mulheres. No Brasil, a partir de 2007, é o dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo fim da Violência contra as Mulheres consagrado pela Lei 11.489/07.

A Campanha dos 16 dias de Ativismo é encerrada por uma das datas mais Importantes, O Dia Internacional dos Direitos Humanos. Em 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela ONU, como resposta à barbárie praticada pelo nazismo contra judeus, comunistas e ciganos e ainda às bombas atômicas lançadas pelos EUA sobre Hiroshima e Nagazaki, matando milhares de inocentes. Até hoje os artigos da Declaração fundamentam inúmeros tratados e dispositivos voltados à proteção dos direitos fundamentais.

O COLETIVO ANA MONTENEGRO relembra esses momentos de importantes lutas das feministas, entendendo que no Brasil nós mulheres temos que sair dessa lógica da ruptura por dentro do sistema como parte do feminismo defende. No contexto atual do capitalismo, nossas lutas têm que superar o caráter reformista, tem que travar uma luta contra o imperialismo, pelo viés classista, levando em conta a centralidade do trabalho, rompendo com o sistema. A luta das mulheres evidentemente, passa pela questão da violência de gênero, mas ela é sobretudo contra a violência do estado capitalista que aí está, numa luta por salário igual para trabalho igual, contra a exploração cada vez mais intensa do capital, contra o assédio moral, contra o financiamento de guerras, mantido inclusive pelo Brasil, sabendo que as mulheres no mundo são, juntamente com as crianças, as mais prejudicadas com as mesmas. Reafirmamos nossos compromissos com a ideologia revolucionária, rumo ao socialismo, daí a nossa recusa de parceria com os projetos governamentais que, na verdade, estão atendendo as reivindicações do capitalismo e, portanto, não as nossas, tudo, enfim, sem qualquer ilusão quanto aos limites da democracia liberal.

COLETIVO ANA MONTENEGRO

De novembro/a dezembro de dois mil e treze.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Pela não criminalização das mulheres. Pela legalização do aborto

28 de setembro - Dia Latino-Americano e caribenho de Luta pela  legalização do aborto



No contexto do processo da reforma do Código Penal, de uma grande ofensiva  ideológica contra a Legalização do Aborto, como a de aumentar os direitos jurídicos do nascituro no Brasil (Estatuto do Nascituro) de concessão de bolsa-auxílio para quem mantenha a gestação, e, sobretudo, a condenação efetiva com penas de prisão para quem aborta e para os médicos, sem contar as poderosas campanhas na mídia, denunciamos e repudiamos  a ação de grupos políticos conservadores que, em nome da defesa da vida de alguns,  tratam a problemática do aborto de forma irresponsável para com os direitos humanos e a vida e saúde das mulheres brasileiras.
Numa sociedade de classes, criminalizar o aborto é criminalizar a pobreza já que  mulheres ricas são atendidas em clínicas, ainda que ilegais, com bons profissionais, bem aparelhadas e seguras, e, obviamente caras, e, portanto, não acessíveis às mulheres pobres, a quem resta a gravidez indesejada, com todas suas consequências e sequelas,  ou a prisão e muitas vezes, pela insegurança, a morte. Por medo de ser denunciada realiza o procedimento no ambiente doméstico, sem qualquer proteção, o que, muitas vezes, a leva, ironicamente, para o SUS para realização de curetagem, (retirada do material placentário) onde, aliás, com frequência acaba sendo atendida com discriminação em função da tentativa de aborto mal sucedida.
Na Reforma do Código Penal, em discussão no Congresso Nacional são muito tímidos os permissivos para a prática do aborto, permanecendo a ideia da criminalização, e assim, de um Estado policial em detrimento de um Estado democrático.
Temos ainda O Estatuto do Nascituro que  viola os direitos humanos e reprodutivos das mulheres, a Constituição Federal e a lei penal vigente. Ele além de legitimar/legalizar o estupro, baseia-se numa ideia religiosa ( as células fecundadas já seriam pessoas) ignorando a laicidade do Estado brasileiro.
Nenhuma mulher deseja o aborto, entretanto, no estado burguês há quase que uma impossibilidade social de controle da própria sexualidade na medida em que a gravidez indesejada é resultante de situações sociais estruturais no capitalismo: violência sexual, recusa de uso de métodos contraceptivos por parte dos homens, falhas nos métodos,limites aos acessos à informação e no acesso aos métodos, especialmente para as mulheres jovens, bloqueios à laqueadura de trompas, gestação de filhos anencéfalos, riscos de morte para a gestante.
Aqueles que defendem o processo de criminalização são os mesmos que impedem as iniciativas de educação sexual para adolescentes, que lutam contra a distribuição e venda de contraceptivos de emergência, que impedem as mulheres de terem acesso às informações seguras sobre métodos de aborto, sem contar os limitados serviços públicos na oferta de contraceptivos. Ainda temos o novo Código Penal em gestação, tentando retirar os permissivos de aborto em casos de estupro e risco de morte, conquistas essas já obtidas no Código vigente de 1940. O genitor continua sendo ignorado pelo estado brasileiro.
Criminalizar o aborto não resolve, muito ao contrário, acarreta sofrimento, adoecimentos, discriminações por parte de familiares e amigos, e, claro, na insegurança da clandestinidade, com serviços precários de abortamento provoca sequelas no corpo da mulher ou mesmo sua morte, atingindo geralmente as mais pobres.
As mulheres do COLETIVO ANA MONTENEGRO chamam a todas e todos para se posicionarem contra o Estatuto do Nascituro e sua bolsa estupro, a lutar contra a posição política de tratar o aborto como assunto penal ou de polícia devendo ser trazido para o campo da política pública de saúde integral à mulher, apontando, portanto, para sua legalização como uma forma de respeito à decisão soberana das mulheres sobre suas vidas, seus corpos e sexualidade. 

MULHERES DO COLETIVO ANA MONTENEGRO
Setembro de 2013

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ana Montenegro convida para a palestra 'Rompendo Silêncios', contra o tráfico de pessoas

Uma proposta do Coletivo de Mulheres ANA MONTENEGRO

Nesse domingo (15/09), às 15h, o Coletivo de Mulheres ANA MONTENEGRO organiza palestra  sobre o tema "Tráfico de Mulheres" com a Dra. Cláudia Luna. O evento ocorrerá na sede do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo - Rua da Abolição, 167, Bela Vista (Bixiga).


Rompendo silêncios é o nome de nossa campanha contra esse horror do tráfico de pessoas. Marx escreveu sobre o processo de alienação, sobre a capacidade do capitalismo de transformar partes intrínsecas de nossa humanidade em objetos alienados para serem comprados, vendidos e possuídos. O capitalismo vende o corpo humano, particularmente o das mulheres, aos pedaços (tráfico de órgãos)   ou por inteiro ( tráfico sexual) . Ao gosto do freguês. Somos forçados a vender nossa habilidade de trabalhar se quisermos sobreviver. Então mesmo nossa sexualidade é transformada em algo alienado de nós. Uma nova liberdade de expressão, cuja luta foi difícil, é distorcida pelo sistema para transformar tudo em uma fonte de lucro. Libertação foi  transformada em seu oposto: mulheres são pressionadas para se conformarem em algo cada vez mais caricaturesco do que deveria ser sexy, enquanto homens são encorajados para ver a si mesmos enquanto indefesos e ao mesmo tempo agressivos como prisioneiros de sua testosterona.
O tráfico de mulheres envolve dimensões estruturais e institucionais. No capitalismo globalizado, a criminalização do tráfico cumpre funções políticas e político - criminais de controle e exclusão social. Estudos das feministas, apontam que os grandes eventos esportivos são aproveitados pelos traficantes para vender mulheres como escravas sexuais.
O combate tem sido travado quase que exclusivamente pela polícia federal (questões sociais, como sempre aliás, tratadas como casos de polícia em nosso país). Uma recente operação foi a denominada Ninfas, pela qual foram libertadas dez mulheres, cinco das quais brasileiras, em julho no Estado de Goiás. Uma organização criminosa agenciava mulheres brasileiras, com falsas promessas de trabalho, como de resto parece ser a tônica. Quando chegavam ao país, eram exploradas em boates, como forma de pagarem a dívida contraída para a realização da viagem. Países como Portugal, Itália e Espanha, são os que mais recebem as vítimas brasileiras dessa violência.
O tráfico de mulheres está bastante relacionado com o mercado do tráfico de drogas que atinge, além das mulheres também as crianças, os  travestis ,os transexuais,  e os imigrantes sempre  levados com promessas de empregabilidade.Como afirma a nossa palestrante, Cláudia Luna, o tráfico de mulheres é tráfico de ilusões. De qualquer forma lembramos que, desde 2001 existe o Protocolo de Palermo, do qual o Brasil é signatário, que garante assistência às vítimas do tráfico de pessoas.

Mercedes Lima – Coletivo de Mulheres Ana Montenegro


Nesse final de semana, ativo nacional do coletivo Ana Montenegro em São Paulo

No próximo final de semana, ocorre em São Paulo o Ativo Nacional do Coletivo de Mulheres Ana Montenegro.

Ativo Nacional

SÁBADO, 14/09
Manhã – Das 9h30 às 13h, na sede do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo (Rua da Abolição, 167, Bela Vista - Bixiga)


DOMINGO, 15/09
Manhã – Das 9h às 13h – Plenária Final, com aprovação dos documentos / Reestruturação / Eleição da Direção


sexta-feira, 26 de julho de 2013

! VIVA O EL 26

     

Há sessenta anos, em 26 de Julho de 1953, sob uma violenta ditadura militar, comandada por Fulgêncio Batista, revoltados contra o desemprego, a extrema pobreza, o analfebetismo e a situação precária da saúde em Cuba, um grupo de 131 pessoas, lideradas por Fidel Castro e Abel Santamaria, assaltam o quartel Moncada, em Santiago de Cuba, uma província do estado cubano. Nesse combate muitos foram feridos, mortos e, assim como Fidel, muitos foram presos. Fidel é julgado e faz sua própria defesa conhecida como “ A história me absolverá” .Anistiado em 1955 Fidel, seu irmão Raul e outros como Camilo Cienfuegos e Che Guevara,  Haideé Santamaria  e Vilma Spin, criaram o Movimento 26 de Julho, uma grande organização, com apoio popular que triunfou,com a tomada do poder pelo povo cubano,  seis anos depois, em 1º de Janeiro de 1959, acabando com a ditadura de Batista que entregara o país e suas riquezas aos norte-americanos.
A Revolução Cubana, com as organizações populares, com o governo, com o Partido Comunista Cubano, vem, desde então, construindo o caminho  socialista, que  inspira muitos povos do mundo,especialmente o latino-americano,pelos princípios e ideais revolucionários,na luta e na construção por um mundo justo, livre, igualitário e solidário.  
Na agenda, infelizmente, ainda tem o povo cubano, temas como o bloqueio imposto pelos Estados Unidos que lhe impede o pleno desenvolvimento social, a liberdade dos cinco antiterroristas cubanos e o apoio para o regresso de todos. Essa  política, ofensiva à dignidade do povo e do governo cubano, de todo modo, já não vem encontrando apoio da comunidade internacional.
Cuba, sempre sob uma constante agressão e desinformação midiática, atualiza seu modelo socioeconômico, com o apoio do povo cubano para as transformações em andamento no país, através de infinitas reuniões e discussões democráticas nas organizações populares, na busca pelo desenvolvimento social e pela construção de uma sociedade justa e fraterna, superando seus limites na medida em que resiste ao império estadunidense, ao imperialismo.
O nosso COLETIVO DE MULHERES ANA MONTENEGRO, é um espaço de construção de iniciativas, propostas e intercâmbios de estratégias a favor da solidariedade incondicional com o povo cubano, particularmente as mulheres, de crítica ao governo brasileiro por suas medidas paliativas para a saúde, porém, defendendo a presença de médicos de Cuba no país, na medida em que tal pode desencadear uma mobilização para ampliar os recursos à saúde, com políticas para a formação de recursos humanos e de uma infra- estrutura que permita uma atenção integral e de alta qualidade,  somente possível com um sistema 100% público e estatal, como bem o merecem as mulheres ribeirinhas do nosso país que não tem médicos e nem políticas de saúde.
As mulheres do ANA MONTENEGRO, sabemos que o processo saúde/doença de uma sociedade é determinado pelas relações de classe existentes em um modo de produção e nesse sentido, não cremos em mudanças estruturais do sistema de saúde sem profundas transformações da estrutura econômica e social do nosso país.
A Revolução Cubana modificou profundamente o panorama de saúde no país, edificado sobre as bases de uma sociedade socialista, que tem, entre outras coisas,bem desenvolvida a saúde integral da mulher.  Hoje, Cuba é uma potência nas áreas da medicina e da biotecnologia, fato reconhecido até pela Organização Mundial da Saúde (OMS), porém  ,tem esse modelo de saúde porque tem um sistema voltado para uma estratégia anti-capitlista, o que, não ocorre com o Brasil.
Viva o 26 de Julho! Viva Cuba livre! Viva EL 26, como dizem os cubanos!

COLETIVO DE MULHERES ANA MONTENEGRO