Uma proposta do Coletivo de Mulheres ANA MONTENEGRO
Nesse domingo (15/09), às 15h, o Coletivo de Mulheres ANA MONTENEGRO organiza palestra sobre o tema "Tráfico de Mulheres" com a Dra. Cláudia Luna. O evento ocorrerá na sede do Sindicato
dos Advogados do Estado de São Paulo - Rua da Abolição, 167, Bela Vista
(Bixiga).
Rompendo silêncios é o
nome de nossa campanha contra esse horror do tráfico de pessoas. Marx escreveu
sobre o processo de alienação, sobre a capacidade do capitalismo de transformar
partes intrínsecas de nossa humanidade em objetos alienados para serem
comprados, vendidos e possuídos. O capitalismo vende o corpo humano,
particularmente o das mulheres, aos pedaços (tráfico de órgãos) ou por inteiro ( tráfico sexual) . Ao gosto
do freguês. Somos forçados a vender nossa habilidade de trabalhar se quisermos
sobreviver. Então mesmo nossa sexualidade é transformada em algo alienado de
nós. Uma nova liberdade de expressão, cuja luta foi difícil, é distorcida pelo
sistema para transformar tudo em uma fonte de lucro. Libertação foi transformada em seu oposto: mulheres são
pressionadas para se conformarem em algo cada vez mais caricaturesco do que deveria
ser sexy, enquanto homens são encorajados para ver a si mesmos enquanto
indefesos e ao mesmo tempo agressivos como prisioneiros de sua testosterona.
O tráfico de
mulheres envolve dimensões estruturais e institucionais. No capitalismo
globalizado, a criminalização do tráfico cumpre funções políticas e político -
criminais de controle e exclusão social. Estudos das feministas, apontam que os
grandes eventos esportivos são aproveitados pelos traficantes para vender
mulheres como escravas sexuais.
O combate tem sido
travado quase que exclusivamente pela polícia federal (questões sociais, como
sempre aliás, tratadas como casos de polícia em nosso país). Uma recente
operação foi a denominada Ninfas, pela qual foram libertadas dez mulheres,
cinco das quais brasileiras, em julho no Estado de Goiás. Uma
organização criminosa agenciava mulheres brasileiras, com falsas promessas de
trabalho, como de resto parece ser a tônica. Quando chegavam ao país, eram
exploradas em boates, como forma de pagarem a dívida contraída para a
realização da viagem. Países como Portugal, Itália e Espanha, são os que mais
recebem as vítimas brasileiras dessa violência.
O
tráfico de mulheres está bastante relacionado com o mercado do tráfico de
drogas que atinge, além das mulheres também as crianças, os travestis ,os transexuais, e os imigrantes sempre levados com promessas de empregabilidade.Como
afirma a nossa palestrante, Cláudia Luna, o tráfico de mulheres é tráfico de
ilusões. De qualquer forma lembramos que, desde 2001 existe o Protocolo de
Palermo, do qual o Brasil é signatário, que garante assistência às vítimas do
tráfico de pessoas.
Mercedes
Lima – Coletivo de Mulheres Ana Montenegro
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