Coletivo Ana Montenegro

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ana Montenegro convida para a palestra 'Rompendo Silêncios', contra o tráfico de pessoas

Uma proposta do Coletivo de Mulheres ANA MONTENEGRO

Nesse domingo (15/09), às 15h, o Coletivo de Mulheres ANA MONTENEGRO organiza palestra  sobre o tema "Tráfico de Mulheres" com a Dra. Cláudia Luna. O evento ocorrerá na sede do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo - Rua da Abolição, 167, Bela Vista (Bixiga).


Rompendo silêncios é o nome de nossa campanha contra esse horror do tráfico de pessoas. Marx escreveu sobre o processo de alienação, sobre a capacidade do capitalismo de transformar partes intrínsecas de nossa humanidade em objetos alienados para serem comprados, vendidos e possuídos. O capitalismo vende o corpo humano, particularmente o das mulheres, aos pedaços (tráfico de órgãos)   ou por inteiro ( tráfico sexual) . Ao gosto do freguês. Somos forçados a vender nossa habilidade de trabalhar se quisermos sobreviver. Então mesmo nossa sexualidade é transformada em algo alienado de nós. Uma nova liberdade de expressão, cuja luta foi difícil, é distorcida pelo sistema para transformar tudo em uma fonte de lucro. Libertação foi  transformada em seu oposto: mulheres são pressionadas para se conformarem em algo cada vez mais caricaturesco do que deveria ser sexy, enquanto homens são encorajados para ver a si mesmos enquanto indefesos e ao mesmo tempo agressivos como prisioneiros de sua testosterona.
O tráfico de mulheres envolve dimensões estruturais e institucionais. No capitalismo globalizado, a criminalização do tráfico cumpre funções políticas e político - criminais de controle e exclusão social. Estudos das feministas, apontam que os grandes eventos esportivos são aproveitados pelos traficantes para vender mulheres como escravas sexuais.
O combate tem sido travado quase que exclusivamente pela polícia federal (questões sociais, como sempre aliás, tratadas como casos de polícia em nosso país). Uma recente operação foi a denominada Ninfas, pela qual foram libertadas dez mulheres, cinco das quais brasileiras, em julho no Estado de Goiás. Uma organização criminosa agenciava mulheres brasileiras, com falsas promessas de trabalho, como de resto parece ser a tônica. Quando chegavam ao país, eram exploradas em boates, como forma de pagarem a dívida contraída para a realização da viagem. Países como Portugal, Itália e Espanha, são os que mais recebem as vítimas brasileiras dessa violência.
O tráfico de mulheres está bastante relacionado com o mercado do tráfico de drogas que atinge, além das mulheres também as crianças, os  travestis ,os transexuais,  e os imigrantes sempre  levados com promessas de empregabilidade.Como afirma a nossa palestrante, Cláudia Luna, o tráfico de mulheres é tráfico de ilusões. De qualquer forma lembramos que, desde 2001 existe o Protocolo de Palermo, do qual o Brasil é signatário, que garante assistência às vítimas do tráfico de pessoas.

Mercedes Lima – Coletivo de Mulheres Ana Montenegro


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