Coletivo Ana Montenegro

domingo, 6 de julho de 2014

Coletivo Ana Montenegro no cortejo 02 de julho/Marcha das Vadias

O Coletivo Ana Montenegro participou no último 02 de julho do cortejo cívico que ganha as ruas de Salvador nesta importante data para o povo baiano e da Marcha das Vadias que compôs o cortejo.

O 02 de julho é uma data significativa para o povo baiano, representando a luta pela liberdade da Bahia. Mas para além disto ela representa a luta dos diversos povos que compôs esta batalha: Índios, negros, pescadores, marisqueiros- mulheres e homens, que se uniram pela liberdade da sua terra. Ela é dada início no dia 26 de junho no Recôncavo Baiano, com o Exército dos Farrapados, composto por filhos e descendentes de escravos e ganha o reforço dos sertanejos e índios do interior.

E nesta data não podemos deixar de recordar da heroína da independência: MARIA FELIPA: MULHER, NEGRA, LUTADORA!

Liderando um grupo de mulheres e homens de diferentes etnias, Maria Felipa organizou o envio de mantimentos para o Recôncavo, foi responsável pelo incêndio de várias embarcações portuguesas e em 7 de janeiro de 1823, liderou aproximadamente 40 mulheres na defesa das praias.

Após a independência Maria Felipa ainda manteve suas posições de desafio ao status quo e também encabeçando as reivindicações da população.

Maria Felipa é uma representação de como a comunidade itaparicana encara sua participação na Guerra de Independência. Seu caráter popular e aguerrido, suas atividades laborais – marisqueiras, no comércio de baleias, ganhadeira – sua identidade étnico-social – negra e pobre – fazem dela uma Heroína que agrega em si as características de um grupo que teve uma participação significativa no processo de libertação da Bahia, mas que permanece, sob vários aspectos, ignorado.

O 02 de julho representa a luta e a resistência do povo baiano a mais de 500 anos de exploração! Representa a luta das mulheres contra a EXPLORAÇÃO E DOMINAÇÃO MACHISTA, que ganhou força nos braços de Maria Felipa e de todas as mulheres que encabeçaram estas batalhas!

NOTA DO COLETIVO FEMINISTA CLASSISTA ANA MONTENEGRO À 4ª MARCHA DAS VADIAS- SALVADOR

Contra qualquer forma de opressão e exploração, sempre estaremos em luta!

A marcha das vadias traz como principal tema nas suas marchas o slogan contra a opressão à mulher e o direito à sua sexualidade, negando a sujeição à um moral machista e puritana que tornam o corpo da mulher simples objeto de prazer masculino e para a reprodução.

O Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro acredita que devemos lutar contra qualquer opressão e violência à mulher e a todo ser humano, bem como pelo direito das mulheres de exercerem sua sexualidade sem serem transformadas em mercadoria para serem vendidas e consumidas em propagandas, festas e na sujeição à prostituição.

Mas acreditamos que a luta por direitos e contra a violência não pode acabar em si, já que a opressão às mulheres tem raízes mais profundas do que o simples machismo. Compreendemos que o machismo surge da necessidade de reprodução da dominação e, essa dominação, em nossa sociedade, passa pela dominação de classe.

Nós não queremos ser mercadoria para o consumo machista do nosso corpo, da nossa sexualidade. Mas também não queremos que nosso trabalho, seja ele qual for, seja comercializado como mercadoria. Nesse sentido, nossa marcha deve exigir o

nosso direito ao nosso corpo por inteiro:

Não somos mercadoria sexual

Não somos mercadoria para o capital

Somos mulheres, trabalhadoras, lutadoras pelo fim de todas as opressões e explorações!

Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro - Bahia

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