Coletivo Ana Montenegro

quinta-feira, 13 de março de 2014

Nota de repúdio à atitude preconceituosa do Estado de São Paulo e em solidariedade à Professora Bruna!



O Coletivo Ana Montenegro - São José do Rio Preto vem repudiar a atitude preconceituosa do Estado de São Paulo, na figura da Secretaria de Educação e do Departamento de Perícias Médicas do Estado que reprovou discriminativamente a professora Bruna Giorjiani. 

Bruna é do Coletivo e uma grande profissional. Atua na escola pública há sete anos, além de lecionar em duas faculdades da cidade. Nunca teve uma falta por atestado médico e é muito querida nas escolas que trabalha.


O critério do Estado foi usar o IMC e constatar com base em uma tabela (que é questionável) que ela possui "Obesidade Mórbida" e pode, portanto, vir a desenvolver uma doença (uma hipótese não compartilhada dos próprios resultados de seus exames que estavam TODOS em ordem). A própria OMS considera que o Índice de Massa Corporal é uma recomendação, não sendo portanto critério cientificamente provado de determinação de doenças ou mesmo de obesidade. 

Bruna foi considerada inapta por puro preconceito físico! Um preconceito que atinge todos, mas em especial a TODAS NÓS mulheres ao nos obrigar a seguir um padrão de beleza que nos humilha por nossa cor, nosso corpo, nossos cabelos, nossos olhos, nossos peitos e nossas bundas! Um padrão que nos condena a comer com culpa e fazer atividades agressivas ao nosso corpo. Um padrão que nos coloca no mercado como carne a ser vendida por partes!! Um padrão eurocêntrico, branco e magérrimo! Não somos e não queremos ser padrão!! Somos mulheres!! Não podem nos medir!

Bruna não está sozinha! Há outras professoras que estão passando por essa mesma situação vexatória e desnecessária! E não está sozinha porque essa é uma luta que envolve todxs nós que acreditamos em uma educação pública e de qualidade e que não admitimos esse autoritarismo do Estado de São Paulo!

Força camarada!! Essa luta não pode parar!!!



Vale ressaltar que não é somente a Bruna que está passando por essa situação. 

Após a repercussão deste caso, outras professoras que foram consideradas inaptas para assumir o cargo de professora efetiva do Estado de São Paulo começam a aparecer, lutando por seus direitos.

É inadmissível que professoras e professores obesos sejam discriminados e descartados de tal forma. O irônico em tudo isso é que para contratação temporária e extremamente precária o Estado se omite e não há problema algum em relação aos contratados. 

Pela imediata contratação da Professora Bruna e de todas que estejam passando pela mesma situação!

Coletivo Ana Montenegro.


O 8 de Março e o Ana Montenegro!

Atividades do 8 de março

Aracajú-SE:
Nesta data que simboliza um processo histórico de visibilidade da luta feminista o Coletivo Ana Montenegro- Sergipe comemorou seu aniversário de um ano de atuação na luta contra as opressões de gênero e de classe.
A comemoração foi feita nas ruas, em conjunto com outros movimentos sociais (Coletivo de Mulheres de Aracaju, Coletivo Ana Montenegro, a Diretoria da Mulher do Sindicato dos Engenheiros, as mulheres do Movimento Não Pago e do Sarau Debaixo, o Coletivo Parto Ativo, o Studio Rasta e a organização da Marcha das Vadias), dando ênfase na pauta sobre a Saúde da Mulher.
E assim, continuaremos nas ruas hasteando a bandeira do combate à cultura machista, homofóbica e patriarcal e, sobretudo, dizer que A LUTA DAS MULHERES É PARTE INTEGRANTE DA LUTA DE CLASSES, pois, para que seja extinta a exploração sobre seu corpo e sua alma, deve- se ter uma luta revolucionária, isto é, a luta pela transformação da sociedade.

Sete Lagoas - MG:
O 8 de março de luta de Sete Lagoas, Minas Gerais, foi realizado pelo Ana Montenegro e conjunto com a UJC!


São Paulo - SP:
O ato unificado do 8 de março em São Paulo capital contou com mais de 8 MIL pessoas!!! O Ana Montenegro estava lá.

Recife - PE:
A atividade do 8 de março em Recife foi o debate/homenagem às mulheres que lutaram durante os duros anos da Ditadura militar brasileira.
Homenagem à companheira Sandra, militante do PSTU-PE assassinada no mês passado.
Executiva Coletivo Ana Montenegro - PE
São José do Rio Preto - SP:
O ato unificado do dia da mulher realizado em Rio Preto contou com a participação do Ana e demais organizações/coletivos feministas (Marcha das Vadias e MML).
Quando uma mulher avança, NENHUM HOMEM retrocede!!!


Goiânia - GO:
Em Goiania, as camaradas do Ana Montenegro estiveram presentes na Marcha das Vadias da cidade, a atividade do 8 de março.

" Transformar radicalmente o mundo só será possível se as mulheres forem, com igualdade, sujeitos legítimos deste processo" (A. Kolontai)

terça-feira, 11 de março de 2014

"Pesquisa exalta direitos das mulheres soviéticas"

FOLHA DE SÃO PAULO
Domingo, 9 de março de 2014


DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Pesquisa exalta direitos das mulheres soviéticas

Estudo da historiadora Wendy Goldman chega ao Brasil no fim deste mês.

Para pesquisadora, mulheres de hoje precisam se organizar para conquistar condições justas.

ELEONORA DE LUCENA
DE SÃO PAULO

Mulheres ganham só uma fração do que ganham os homens. Na separação, ficam com os filhos e estão mais pobres. Não têm acesso a boas creches e sofrem com a violência em boa parte do mundo.

“Mudar essa situação é tarefa das mulheres. Elas precisam falar de aborto, estupro, da insegurança de andar à noite na rua. A violência contra a mulher precisa ser inaceitável socialmente. É muito difícil mudar individualmente; é preciso mudar coletivamente.”

A avaliação é da historiadora americana Wendy Goldman, 57. Professora da Universidade Carnegie Mellon, em Pitsburgh (Pensilvânia, EUA), ela é autora de “Mulher, Estado e Revolução: Política Familiar e Vida Social Soviéticas, 1917 a 1936”, que sai no fim do mês no Brasil.

O livro, de 1993, aborda as enormes transformações sociais ocorridas na União Soviética nos primeiros anos da revolução de 1917.

Naquele ano, foi estabelecido o divórcio a pedido de qualquer um dos cômjuges (no Brasil o direito só vigoraria 60 anos depois) e o casamento civil substituiu o religioso. A URSS foi o primeiro país do mundo a dar a todas as mulheres a possibilidade legal e gratuita do aborto.

“Operários e camponeses haviam tomado o poder e podiam pensar como construir um mundo melhor. Hoje o sentimento revolucionário, o otimismo e a esperança no futuro não existem da mesma forma. Só, talvez, em pequenos grupos”, diz Goldman em entrevista à Folha.   

Ela conta que a maior surpresa na sua pesquisa histórica foi constatar que “mesmo camponesas que não haviam tido educação tinham sentimentos fortes sobre igualdade e opressão. Não é preciso ter educação para ter consciência do que está errado”.

Naquela época, relata ela, os bolcheviques buscavam formas de transferir para a esfera pública as tarefas domésticas como forma de liberar as mulheres do trabalho “banal, torturante e atrofiante”, nas palavras de Lênin. A ideia era multiplicar a criação de lavanderias públicas, comedouros coletivos e creches.

“Os bolcheviques tiveram uma boa ideia, que era tirar o trabalho de casa. Aqui hoje homens e mulheres têm de dividir o trabalho e brigam pelas tarefas domésticas e pelos cuidados com as crianças”, afirma Goldman.

Naquele momento, houve muito debate sobre o papel da família. “Eles acreditavam que a família desapareceria em boas condições no socialismo. A família hoje está desaparecendo no capitalismo, mas em condições muito ruins”, avalia a historiadora.

“As mulheres são abandonadas com os filhos; se criam famílias só de mulheres: mães, avós, netas. Com baixos salários é muito difícil sustentar uma família. Hoje há mais crianças vivendo na pobreza nos EUA do que há 25 anos”, diz.

Para ela, as mulheres precisam de bons salários para que possam ter independência para criar seus filhos e ter participação na vida pública. Condenando a publicidade, ela declara: “Corporações usam os corpos das mulheres jovens para vender seus produtos. Numa sociedade melhor, isso não seria feito.”

E qual seria o papel da família no futuro? Goldman responde: “Se a família continuar a se desfazer, será muito ruim. Se homens e mulheres têm bons salários e são capazes de sustentar seus filhos, se têm acesso a uma boa educação, a controles da natalidade e o aborto é legal, não importa se a família continuar a existir ou não, se são casados ou não.”
MULHER, ESTADO E REVOLUÇÃO
AUTORA Wendy Goldman
EDITORA Boitempo e Edições ISKRA
QUANTO R$ 59 (400 págs.)

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/03/1422393-pesquisa-de-historiadora-americana-exalta-direitos-das-mulheres-sovieticas.shtml

sábado, 8 de março de 2014

Nosso março

Nosso março

Por Mauro Luis Iasi

La canción que repetía
Riendo a noche y a muerteAhora porque me liberte
¡Cántenme!
Gabriela Mistral

Todo mundo deste pequeno mundo da militância cresceu com a história do 8 de março como sendo um dia internacional de luta das mulheres, proposto por Clara Zetkin na Internacional Socialista em 1910, tendo por referencia a greve das costureiras de Nova York de 1857, que teria sido marcado por um acontecimento trágico, um incêndio no qual teriam morrido cerca de 130 operárias pelo fato das portas estarem fechadas.
Ao que parece acabou por se misturar alguns episódios históricos: uma greve de costureiras em Nova York em 1857 (há quem afirme que não houve sequer a greve), uma greve longa das costureiras, cerca de cinco meses de paralização, em 1910 na mesma cidade de Nova York e um acidente em 1911, o tal incêndio, causado pelas péssimas condições de trabalho no qual teriam morrido cerca de 140 operárias, principalmente porque as portas ficavam fechadas para que as trabalhadoras não se dispersassem na hora do almoço.
Sabemos com certeza, pelo menos, que o dia internacional de luta das mulheres está ligado à luta das mulheres por melhores condições de vida e trabalho, principalmente, a luta pela jornada de 8 horas; e que a iniciativa de se criar um dia que marcasse esta luta parte das mulheres socialistas.
No mesmo ano de 1911 uma das mulheres mais combativas do século XX, no momento como membro da Secretaria da Mulher Socialista da Internacional, a camarada Alexandra Kollontai, propõe que a comemoração do dia da mulher socialista homenageasse um levante de mulheres ocorridos em 1848 que teria levado à promessa de garantir o direito de voto às mulheres. O fato teria ocorrido no dia 19 de março de 1848.
Desta forma foi o dia da mulher socialista comemorado, por iniciativa da Internacional, mas o fato que não se fixou um dia, em cada pais se comemorava em uma data diferente. Na Rússia em 1917, no dia 23 de fevereiro, pelo calendário russo, o que corresponde no calendário ocidental ao dia 8 de março, as mulheres fazem uma enorme passeata nos bairros operários convocando os trabalhadores a entrar em greve contra o czarismo, o que desencadeia a revolução de fevereiro e a queda do Czar.
Só em 1921, já na III Internacional é que a data se fixa como dia Internacional de luta das mulheres: o nosso 8 de março. A ONU, com sua conhecida agilidade, aguardou a década de 1970 para oficializar o dia.
Não sei. As coisas se alienam, se estranham de si mesmas. Aquelas grande marchas militares soviéticas que comemoravam o aniversário da Revolução de 1917, guardavam pouca relação, no essencial, com os trabalhadores segurando armas que tomaram o Palácio de Inverno em outubro/novembro de 1917. O mesmo ocorre com o 8 de março. Salvo as honradas exceções de nossas valorosas militantes feministas, e em geral de nossas organizações de esquerda, o 8 de março virou uma expressão de hipocrisia na qual as empresas dão um rosa às suas funcionárias, as vezes um cartaz bonito de um sindicato que durante o resto do ano não dá a mínima para a questão das mulheres e quase sempre o comércio tentando tirar proveito de namorados, maridos e companheiros com um certo grau de culpa e uma floricultura no caminho.
Não sei se o dia ou o evento foram esses, mas sei que existiu e existe uma classe que se levanta contra a opressão do capital e que essa classe, como dizia a saudosa Beth Lobo, tem dois sexos e que mulheres socialistas e revolucionárias abraçaram suas lutas com sua generosidade e fraternidade,  nos lembrando de seu sacrifício e seus sonhos, fazendo com que também se tornem os nossos.
Sabemos também dos modernos incêndios nas modernas oficinas/casas na qual a ordem do capital continua queimando nossas companheiras, assim como sabemos na particular carga que cabe as mulheres nesta ordem de exploração e opressão. Não nos ilude, da mesma forma, o discurso pós moderno que coloca em evidência a questão mulher para esconder suas reais determinações.
Por isso, insistimos em uma março de lutas, um março socialista, gritando na alma o nome de nossos companheiros e companheiras, gritando numa língua que o mundo inteiro entende e procurando nos olhos tristes ou alegres de mulheres que conseguem olhar mais longe, o caminho de volta até nos mesmos.
Aí vai, então, um texto que foi originalmente feito para o boletim do Fórum Nacional de Monitores do 13 de Maio e que aqui foi alterado para esta publicação para marcar nosso 8 de março (por que a luta das mulheres também é, ou devia ser,  dos homens):
8 de março, 8 horas… até quando?
Por quanto tempo deve o ser humano trabalhar? Dezoito horas, oito horas, seis horas? Sessenta anos, setenta, uma vida inteira, uma existência? Por quanto tempo é juridicamente aceitável a licitude do ato de sugar as “faculdades físicas e espirituais que existem na corporalidade, na personalidade viva” de um ser humano? Por quanto tempo é legal transformar um ser humano em mercadoria e consumi-lo no processo de trabalho e de valorização? Algumas mulheres, muitos anos atrás, cruza­ram os braços sobre os seios cobertos de “devil’s dust”, o pó mortal que cobre o ar nas tecelagens e lhes impregna o pulmão, e disseram que oito horas eram o bastante.
Que por um tempo do dia elas se pertenceriam, que seus corpos seriam caricias e não fios, que seus lábios seriam beijos e não valores de uso, que seus cérebros seriam ideias e não valor. Que por uma parte do dia, ao menos, levariam seus corpos a passear e cuidariam de si e de seus amados, olhariam o mundo lavado pela chuva e respirariam o cheiro puro em seus pulmões cansados.
Quando as portas da fábrica se fecharam não sabemos da expressão de pânico em seus rostos, podemos apenas adivinhar o pavor nos olhos que a pouco brilhavam como apenas brilham os olhos de quem descobre sua força e sua dignidade. Podemos imaginar as narinas dilatadas pelo medo, podemos supor o último abraço na companheira ao lado que chorava enquanto as chamas consumiam o capital constante … o prédio, as máquinas … não mais lambidas pelo fogo do trabalho vivo, mas agora pelo ódio de classe, pelo ódio assassino.
Podemos ainda ouvir o último suspiro e a esperança carbonizada naqueles corpos de meninas …
Naqueles minutos onde tudo ardia viam-se sombras sobre o telhado da fábrica em chamas. Espectros de bruxas e parteiras, de meninas que acariciavam seu sexo e adivinhavam o futuro, fantasmas de mães e filhas, de avós e matriarcas, poetisas e prostitutas que riam dos deuses, dos homens e suas certezas; até que tudo não foi mais que cinzas.
Por isso, quando fevereiro passar com seus cortejos e março novamente trouxer essas cinzas, as recolha com carinho, abrace-as, pois são as cinzas de nossas companheiras, que vagam pelo mundo há tanto tempo nos fazendo a mesma pergunta: até quando… até quando… até quando?
***
Mauro Iasi é professor adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ, presidente da ADUFRJ, pesquisador do NEPEM (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas), do NEP 13 de Maio e membro do Comitê Central do PCB. É autor do livro O dilema de Hamlet: o ser e o não ser da consciência (Boitempo, 2002). Colabora para o Blog da Boitempo mensalmente, às quartas.
Fonte: http://blogdaboitempo.com.br/2012/03/08/nosso-marco/

Atividades do Ana pelo dia 8 de Março

As atividades acerca do dia 8 de Março - Dia Internacional da Mulher - foram das mais diversas pelo Brasil a fora. O importante é não deixar que esta data passe despercebida aos nossos olhos, é necessário desmistificar e desmascarar todas as ladainhas que o capitalismo, na tentativa de se apropriar dessa data que trata-se claramente de uma luta ANTICAPITALISTA, colocou em cima do dia da mulher.
O dia 8 de março é dia DE LUTA!

Seguem algumas das atividades que o Coletivo Ana Montenegro se fez presente, realizou ou ainda realizará sobre o dia de luta internacional da mulher.

Recife-Pernambuco:
Evento promovido pelas camaradas do Coletivo Ana Montenegro de Recife-PE, "O Papel da Mulher nas lutas contra a Ditadura Brasileira", além de ser uma atividade do 8 de março, fazem uma importantíssima e necessária homenagem às mulheres que lutaram durante os terríveis anos da Ditadura Militar no Brasil, lembrando que o golpe de 64 completará 50 anos no mês de abril. Que nossas bravas guerreiras jamais sejam esquecidas!


Aracajú-SE:
Em Aracajú-SE, a comemoração será na rua! Muita poesia, intervenções culturais, filmes, e roda de conversa na Praça da Liberdade. "Um dia de luta por uma vida de liberdade"!

Rio de Janeiro-RJ:
No dia 09 de março, o Coletivo Ana Montenegro do Rio promoverá o debate "Avanços e Desafios para as Mulheres no Século XXI".

São Paulo-SP:
Além de toda uma semana de preparação, divulgação e panfletagens, as camaradas do Coletivo Ana Montenegro de São Paulo, capital, se fizeram presentes no Grande Ato unificado pelo Dia Internacional da Mulher! "Pela emancipação da mulher, destruir a sociedade de classes!"

São José do Rio Preto - SP:
O Coletivo Ana Montenegro de Rio Preto-SP, integrou junto às companheiras do MML e da Marcha das Vadias, o evento "08 de março: O que comemorar", que contou com ampla participação, teatro, e demais discussões sobre o movimento feminista.
Camarada Lenina, representado o CAM.
As camaradas Bruna e Lenina também ministraram uma belíssima Palestra sobre o Movimento Feminista, em Homenagem ao Dia Internacional da Mulher, na Escola Estadual Gabriel Cozetto, de Nova Aliança, direcionada aos estudantes de 9º ano e Ensino Médio.


Marília-SP:
Ainda em construção na cidade de Marília-SP, camaradas integrantes do coletivo em conjunto com militantes da UJC realizaram na sexta-feira, 07, uma panfletagem no Terminal Urbano, onde quase 1000 panfletos foram distribuídos às trabalhadoras e trabalhadores marilienses.


Ocho de Marzo, por Gioconda Belli

Ocho de marzo
Amanece con pelo largo el día curvo de las mujeres,
¡Qué poco es un solo día, hermanas,
qué poco, para que el mundo acumule flores frente a nuestras casas!
De la cuna donde nacimos hasta la tumba donde dormiremos
-toda la atropellada ruta de nuestras vidas-
deberían pavimentar de flores para celebrarnos
(que no nos hagan como a la Princesa Diana que no vio, ni oyó
las floridas avenidas postradas de pena de Londres)
Nosotras queremos ver y oler las flores.
Queremos flores de los que no se alegraron cuando nacimos hembras
en vez de machos,
Queremos flores de los que nos cortaron el clítoris
Y de los que nos vendaron los pies
Queremos flores de quienes no nos mandaron al colegio para que cuidáramos a los hermanos y ayudáramos en la cocina
Flores del que se metió en la cama de noche y nos tapó la boca para violarnos mientras nuestra madre dormía
Queremos flores del que nos pagó menos por el trabajo más pesado
Y del que nos corrió cuando se dio cuenta que estábamos embarazadas
Queremos flores del que nos condenó a muerte forzándonos a parir
a riesgo de nuestras vidas
Queremos flores del que se protege del mal pensamiento
obligándonos al velo y a cubrirnos el cuerpo
Del que nos prohíbe salir a la calle sin un hombre que nos escolte
Queremos flores de los que nos quemaron por brujas
Y nos encerraron por locas
Flores del que nos pega, del que se emborracha
Del que se bebe irredento el pago de la comida del mes
Queremos flores de las que intrigan y levantan falsos
Flores de las que se ensañan contra sus hijas, sus madres y sus nueras
Y albergan ponzoña en su corazón para las de su mismo género
Tantas flores serían necesarias para secar los húmedos pantanos
donde el agua de nuestros ojos se hace lodo;
arenas movedizas tragándonos y escupiéndonos,
de las que tenaces, una a una, tendremos que surgir.
Amanece con pelo largo el día curvo de las mujeres.
Queremos flores hoy. Cuánto nos corresponde.
El jardín del que nos expulsaron.
Gioconda Belli

Gioconda Belli é escritora, poetisa e romancista nicaraguense. Belli (1949, Manágua) começou a escrever ainda jovem, na mesma época em que se envolveu com a luta para derrubar a ditadura no país. Aos 19 anos, já estava casada e logo seria mãe. Tinha uma vida privilegiada na burguesia de Manágua, mas sentia-se sufocada. Afinal, o clima estava tenso no país. Depois do terremoto de 1972, decidiu se juntar de vez à Frente Sandinista de Libertação Nacional, dessa vez não mais como colaboradora clandestina, mas na linha de frente, deixando as filhas com a família. O clima foi ficando cada vez mais pesado, e ela exilou-se no México em 1975. Em seguida, em Costa Rica e Cuba. Só retornou à sua amada Manágua em 1979, quando os sandinistas tomaram o poder.

8 de março: Dia Internacional da Mulher!

8 de março – o que comemorar?

Foto de Giovanni Marrozzini
O dia Internacional da Mulher é recheado de mitos sobre sua origem. Apesar das divergências a referência histórica principal é a II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em 1910, na Dinamarca, quando a comunista Clara Zetkin e outras militantes, apresentaram uma resolução com a proposta de instituir oficialmente um dia internacional das mulheres. Não havia uma data específica, sendo comemorado em diferentes dias dependendo de cada país, com o objetivo de ser um dia de discussão acerca da luta socialista pra libertação das mulheres e pela conquista plena de cidadania.

“As mulheres socialistas de todas as nações organizarão um Dia das Mulheres específico, cujo primeiro objetivo será promover o direito de voto das mulheres. É preciso discutir esta proposta, ligando-a à questão mais ampla das mulheres, numa perspectiva socialista”.
(Resolução da II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas)
Clara Zetkin, então deputada, em discurso aos trabalhadores. Alemanha, 1930.
Passados 104 anos, o que temos para comemorar?
Muito se foi alcançado como a conquista do voto e demais direitos políticos e civis (licença maternidade, Lei Maria da Penha, etc.), porém a situação ainda é alarmante. 
Por isso, organizar-se é imprescindível para a luta feminista, pois muito ainda precisa ser conquistado!


Você sabia que...

...FEMINICÍDIO é homicídio praticado contra a mulher. No Brasil, a cada 1h, 2 mulheres são assassinadas por seus parceiros, 15 por dia, 500 por mês, dessas, mais de 60% são jovens e negras.(1)

...cerca de 50 mil ESTUPROS foram registrados no Brasil em 2012. Crescimento de 18% em relação a
2011. A cada 12 segundos uma mulher é estuprada.(2)

...uma a cada 5 mulheres já fizeram ABORTO. 1 milhão de abortos por ano. A cada 2   dias, uma mulher morre por causa do aborto inseguro.(3)

... DESEMPREGO, TRABALHO PRECÁRIO E MENORES SALÁRIOS são bem maiores em relação às mulheres do que aos homens. A taxa de DESEMPREGO entre mulheres é 60% superior a dos homens, os SALÁRIOS das mulheres equivalem a 72,3% dos salários deles (4). A flexibilização das leis trabalhistas, com a prestação de serviços TERCEIRIZADOS e QUARTEIRIZADOS afetam diretamente as mulheres, pois ocupamos a maior parcela nas relações precarizadas de trabalho.

...mulheres têm menos ACESSO AOS SERVIÇOS PÚBLICOS destinados a VULNERABILIDADE SOCIAL. Moradoras em situação de rua sofrem com estupros coletivos, podendo chegar a mais de 40 relações sexuais numa noite, em troca de drogas, ou esmolas. Mesmo assim, há poucos serviços destinados a elas, quase todas grávidas, portadoras de HIV e Tuberculose, podendo explicar parcialmente o fato delas acessarem menos tais serviços. 

Fontes de pesquisa: (1) Ipea, (2) Sétimo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, (3) PNA, (4) IBGE.

São mais de 100 anos de luta feminista. Há avanços, porém a violência contra a mulher aumenta conforme o capitalismo aprofunda os seus mecanismos de exploração humana. É preciso lutar, é preciso se organizar, para romper com o capitalismo, pela emancipação da classe trabalhadora e pela emancipação da humanidade! 

Women Free, Oakland, EUA, 1968. Mulheres do partido Panteras Negras.

MULHER: ORGANIZA-TE E LUTA!