Nós do COLETIVO DE MULHERES ANA MONTENEGRO nos solidarizamos e apresentamos
nossas condolências para com seus familiares e amigos com
a dor da perda de ZULEIKA. Nós entendemos, por
outro lado, que a sua obra feminista
e de uma grande comunista enquanto
militante e dirigente do PCB – PARTIDO COMUNISTA
BRASILEIRO, que ela continuará viva para nós,
como exemplo de mulher guerreira e revolucionária que foi e continuará sendo
na memória de todas nós, especialmente as mulheres.
Ousar lutar, ousar vencer!
Mercedes Lima, Valmíria G. Cardoso e Aneri Tavares
ZULEIKA ALAMBERT
Zuleika Alambert nasceu em 23 de dezembro de 1922, em
Santos, São Paulo. A primeira dos seis filhos de Juvenal Alambert e Josepha
Prado Alambert.
Tem formação em Ciências Contábeis e concluiu o Curso
Intensivo de Economia, de Filosofia e História do Movimento Operário
Internacional, Moscou. URSS
Assistente Técnico Parlamentar na Assembleia Legislativa.
Secretária de Estado de Negócios Metropolitanos, São Paulo.
Presidente (Conselho Estadual da Condição Feminina -
Presidente (1986-1987). Coordenadora da
Comissão de Educação, Cultura e Meio Ambiente(1994-1996).
Conselheira e Vice-Presidente do Conselho (1995).
LIVROS PUBLICADOS
"Uma jovem brasileira na URSS", Editorial Vitória
- Rio de Janeiro 1953.
"Estudantes fazem história", Editorial UNE Rio de
Janeiro 1964.
"A Situação e Organização da Mulher" (Cadernos
CMB) Editorial Global - São Paulo março de 1980.
"Feminismo: O Ponto de Vista Marxista", Editora
Nobel - São Paulo 1986.
"Metodologia do Trabalho com Mulheres" (Cadernos
da União de Mulheres de São Paulo), São Paulo - fevereiro de 1990.
"Mulher: Uma trajetória épica"
Como escritora
feminista participou em mais de duzentos eventos internacionais, nacionais,
estaduais e locais, como expositora, entre eles:
Aspectos Feministas do Abortamento: VIII Congresso Médico
Universitário do ABC, 1983.
Mulher e Educação: No V Congresso Estadual da APEOESP
Osasco, 1984.
Mulher e Cultura. Semana de Mulher na Cultura, Mobilização e
Mídia, Delegacia Regional de Cultura de Sorocaba, 10/09/85.
Mulher e Democracia: Encontro Estadual de Vereadores e
Prefeitas de São Paulo, Águas de Lindóia, 1986.
Ética Médica e Reprodução Humana: Conferência Internacional
de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro 1988.
A Mulher no Processo Integração da América Latina: Semana de
Perspectiva para integração Latino Americana, ILAM, 1987.
Intervenção para Redução da Mortalidade Materna: V Semana da
Mulher, Prefeitura Municipal de Guarulhos, 1988.
Mulher e Acidentes de Trabalho: II Semana Intersindical de
Prevenção a Acidentes de Trabalho, São Paulo, 1990.
Avaliação do Feminismo na Década de 80: Seminário Latino
Americano de Avaliação do Feminismo nos anos 80 e caminhos para 90, Curitiba
1989.
Experiências da Caravana Verde, Seminário sobre Educação
Ambiental dos Munícipios - CEPAM, São Paulo 1993
Mulher e Meio Ambiente, Encontro Mulher - Poder e Violência
- NEMGE, São Paulo 1993.
Mulher e Cultura: IV Seminário Nacional
Mulher-Educação-Cultura e Saúde, Porto Alegre 1994, Preparação para a IV
Conferência de Beijing.
Conferência de Mulheres Brasileiras rumo à Beijing. Rio de
Janeiro 1995.
PARTICIPAÇÃO EM
EVENTOS INTERNACIONAIS
Fórum das ONG’s da América Latina e do Caribe, Mar Del Plata
(Argentina). Preparação para a Conferência de Beijing, 1994.
Conferência Mundial da ONU sobre Habitação - HABITAT II,
Istambul, Turquia, 01 a 15/07/1996.
ATUAÇÃO POLÍTICA
Tem destacada atuação política desde os anos 40, durante a
II Grande Guerra, tendo participado de atos públicos e manifestações em defesa
de presos políticos, por anistia geral e irrestrita, pela convocação da
Assembleia Nacional Constituinte.
Em 1947 foi eleita Deputada Estadual pela baixada santista,
onde juntamente com Conceição Neves Santa Maria seriam as primeiras mulheres no
Estado a terem assento no Palácio 9 de julho.
Em 08/05/47 o Supremo Tribunal Eleitoral votou a cassação do
registro do PCB. Em um contexto de forte repressão, e já sem o suporte de um
Partido legalizado, mas ainda na qualidade de Deputada, participou do grande
comício no Vale do Anhangabaú em defesa dos mandatos comunistas.
Em 1948 teve o mandato cassado pela Assembleia Legislativa
do Estado em cumprimento da sentença do Supremo Tribunal Eleitoral, sendo
obrigada a mergulhar na clandestinidade (o motivo essencial para a busca e
ordem de prisão de todos os parlamentares comunistas do país, deu-se a partir
de manifesto por toda a bancada em defesa da autonomia de São Paulo, diante da
ameaça de invasão do estado por tropas federais.)
Na década de 50 teve atuação redobrada em campanhas pela
soberania nacional e pelo estado de direito. Atuou junto a diretoria da UNE nas
seguintes campanhas: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; Defesa do
monopólio estatal do petróleo, defesa das areias monazíticas, contra a entrega
de nossas riquezas às multinacionais; pelas Reformas de Base.
No Plano Cultural teve participação destacada na Campanha
pela Alfabetização de Adultos; criação, desenvolvimento e movimentos de cultura
popular e CPCs.
Nos anos 70 esteve exilada por motivos políticos tendo
participado em 1969 em Budapeste Hungria na Federação Mundial da Juventude
Democrática, onde ajudou a organizar duas importantes campanhas: Pela
Libertação de Ângela Davis e Pelo término da guerra do Vietnã.
Em 1971, foi a Santiago do Chile para participar do
"Encontro da Juventude Mundial contra a Guerra no Vietnã",
permanecendo naquele país, onde desenvolveu a "Criação do Comitê de
Mulheres Brasileiras no Exílio", dentre outras atividades.
Em 1973, foi asilada na Embaixada da Venezuela após o golpe
chileno e a retirada de todos os brasileiros para centros de refugiados e
embaixadas.
Em 1974, foi para Paris, como refugiada sob a proteção da
ONU, tendo realizado as seguintes atividades naquele país:
Criação do Comitê de Mulheres Brasileiras no Exterior com
trabalho de educação feminista com as mulheres que chegaram no Chile, primeiro
contato com feministas brasileiras e francesas; participação no Congresso
Internacional da Mulher, na RDA, Berlim Oriental; apoio às brasileiras que,
vindas do Chile, se asilaram em diferentes países da Europa. Trabalho
Específico nos Comitês de Mulheres Brasileiras em Bruxelas, Lisboa e Milão.
Em 1979, com a anistia decretada retornou ao Brasil sendo
recebida no Galeão por todas as entidades feministas lá existentes no Rio de
Janeiro. Quinze dias depois na Casa Grande exposição sobre o tema
"Democracia e Mulher" para um público de mais de mil mulheres.
Apresentou-se como uma marxista preocupada com a mulher.
Em 1983 deixou o PCB passando a se dedicar exclusivamente à
questão da mulher, tendo participação no grupo de estudos para a criação do
Conselho Estadual da Condição Feminina. Nesse órgão onde está há treze anos,
ocupou os cargos de: Conselheira, Secretária-Geral, Presidente,
Vice-Presidente, Coordenadora do Grupo de Educação, Cultura e Meio Ambiente.
Desde então vem se dedicando integralmente à promoção dos
direitos humanos e da condição da mulher em nosso país.
TÍTULOS E
CONDECORAÇÕES
1. Medalha Anchieta e Diploma de Gratidão do Povo de São
Paulo, por serviços prestados à cidade, Câmara Municipal de São Paulo, 26 de
junho de 1986.
2. Placa de Prata "Mulher do Ano na Área do
Feminismo" Comitê Nacional de Mulheres Brasileiras, Rio de Janeiro, 1988.
3. "Placa de Prata", Jogos Femininos da Primavera,
Secretaria do Trabalho.
4. "Placa de Prata, 8 de março" em homenagem ao
Dia Internacional da Mulher, Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo,
08/03/92.
5. "Placa de Prata Cidade de Osasco", Prefeitura
de Osasco, em agradecimento aos serviços prestados à comunidade, 1994
6. "Placa de Prata 8 de março", SINTETEL, 1995
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