Coletivo Ana Montenegro

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

ZULEIKA ALAMBERT


Nós do COLETIVO DE MULHERES ANA MONTENEGRO nos solidarizamos e apresentamos nossas condolências para  com seus familiares e amigos  com    a dor da perda de ZULEIKA.  Nós  entendemos,  por  outro  lado,  que  a  sua  obra feminista  e  de  uma  grande  comunista  enquanto  militante  e  dirigente  do PCB – PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO,  que  ela  continuará  viva  para nós, como exemplo de mulher guerreira e revolucionária que foi e continuará sendo na memória de todas nós, especialmente as mulheres.


Ousar lutar, ousar vencer!


Mercedes Lima, Valmíria G. Cardoso e Aneri Tavares



ZULEIKA ALAMBERT

Zuleika Alambert nasceu em 23 de dezembro de 1922, em Santos, São Paulo. A primeira dos seis filhos de Juvenal Alambert e Josepha Prado Alambert.  
Tem formação em Ciências Contábeis e concluiu o Curso Intensivo de Economia, de Filosofia e História do Movimento Operário Internacional, Moscou. URSS
Assistente Técnico Parlamentar na Assembleia Legislativa.
Secretária de Estado de Negócios Metropolitanos, São Paulo.
Presidente (Conselho Estadual da Condição Feminina - Presidente (1986-1987).  Coordenadora da Comissão de Educação, Cultura e Meio Ambiente(1994-1996).
Conselheira e Vice-Presidente do Conselho (1995). 

LIVROS PUBLICADOS

"Uma jovem brasileira na URSS", Editorial Vitória - Rio de Janeiro 1953.
"Estudantes fazem história", Editorial UNE Rio de Janeiro 1964.
"A Situação e Organização da Mulher" (Cadernos CMB) Editorial Global - São Paulo março de 1980.
"Feminismo: O Ponto de Vista Marxista", Editora Nobel - São Paulo 1986.
"Metodologia do Trabalho com Mulheres" (Cadernos da União de Mulheres de São Paulo), São Paulo - fevereiro de 1990. "Mulher: Uma trajetória épica"

Como escritora feminista participou em mais de duzentos eventos internacionais, nacionais, estaduais e locais, como expositora, entre eles:

Aspectos Feministas do Abortamento: VIII Congresso Médico Universitário do ABC, 1983.
Mulher e Educação: No V Congresso Estadual da APEOESP Osasco, 1984.
Mulher e Cultura. Semana de Mulher na Cultura, Mobilização e Mídia, Delegacia Regional de Cultura de Sorocaba, 10/09/85.
Mulher e Democracia: Encontro Estadual de Vereadores e Prefeitas de São Paulo, Águas de Lindóia, 1986.
Ética Médica e Reprodução Humana: Conferência Internacional de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro 1988.
A Mulher no Processo Integração da América Latina: Semana de Perspectiva para integração Latino Americana, ILAM, 1987.
Intervenção para Redução da Mortalidade Materna: V Semana da Mulher, Prefeitura Municipal de Guarulhos, 1988.
Mulher e Acidentes de Trabalho: II Semana Intersindical de Prevenção a Acidentes de Trabalho, São Paulo, 1990.
Avaliação do Feminismo na Década de 80: Seminário Latino Americano de Avaliação do Feminismo nos anos 80 e caminhos para 90, Curitiba 1989.
Experiências da Caravana Verde, Seminário sobre Educação Ambiental dos Munícipios - CEPAM, São Paulo 1993
Mulher e Meio Ambiente, Encontro Mulher - Poder e Violência - NEMGE, São Paulo 1993.
Mulher e Cultura: IV Seminário Nacional Mulher-Educação-Cultura e Saúde, Porto Alegre 1994, Preparação para a IV Conferência de Beijing.
Conferência de Mulheres Brasileiras rumo à Beijing. Rio de Janeiro 1995.

PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS INTERNACIONAIS

Fórum das ONG’s da América Latina e do Caribe, Mar Del Plata (Argentina). Preparação para a Conferência de Beijing, 1994.
Conferência Mundial da ONU sobre Habitação - HABITAT II, Istambul, Turquia, 01 a 15/07/1996.

ATUAÇÃO POLÍTICA

Tem destacada atuação política desde os anos 40, durante a II Grande Guerra, tendo participado de atos públicos e manifestações em defesa de presos políticos, por anistia geral e irrestrita, pela convocação da Assembleia Nacional Constituinte.
Em 1947 foi eleita Deputada Estadual pela baixada santista, onde juntamente com Conceição Neves Santa Maria seriam as primeiras mulheres no Estado a terem assento no Palácio 9 de julho.
Em 08/05/47 o Supremo Tribunal Eleitoral votou a cassação do registro do PCB. Em um contexto de forte repressão, e já sem o suporte de um Partido legalizado, mas ainda na qualidade de Deputada, participou do grande comício no Vale do Anhangabaú em defesa dos mandatos comunistas.
Em 1948 teve o mandato cassado pela Assembleia Legislativa do Estado em cumprimento da sentença do Supremo Tribunal Eleitoral, sendo obrigada a mergulhar na clandestinidade (o motivo essencial para a busca e ordem de prisão de todos os parlamentares comunistas do país, deu-se a partir de manifesto por toda a bancada em defesa da autonomia de São Paulo, diante da ameaça de invasão do estado por tropas federais.)
Na década de 50 teve atuação redobrada em campanhas pela soberania nacional e pelo estado de direito. Atuou junto a diretoria da UNE nas seguintes campanhas: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; Defesa do monopólio estatal do petróleo, defesa das areias monazíticas, contra a entrega de nossas riquezas às multinacionais; pelas Reformas de Base.
No Plano Cultural teve participação destacada na Campanha pela Alfabetização de Adultos; criação, desenvolvimento e movimentos de cultura popular e CPCs.
Nos anos 70 esteve exilada por motivos políticos tendo participado em 1969 em Budapeste Hungria na Federação Mundial da Juventude Democrática, onde ajudou a organizar duas importantes campanhas: Pela Libertação de Ângela Davis e Pelo término da guerra do Vietnã.
Em 1971, foi a Santiago do Chile para participar do "Encontro da Juventude Mundial contra a Guerra no Vietnã", permanecendo naquele país, onde desenvolveu a "Criação do Comitê de Mulheres Brasileiras no Exílio", dentre outras atividades.
Em 1973, foi asilada na Embaixada da Venezuela após o golpe chileno e a retirada de todos os brasileiros para centros de refugiados e embaixadas.
Em 1974, foi para Paris, como refugiada sob a proteção da ONU, tendo realizado as seguintes atividades naquele país:
Criação do Comitê de Mulheres Brasileiras no Exterior com trabalho de educação feminista com as mulheres que chegaram no Chile, primeiro contato com feministas brasileiras e francesas; participação no Congresso Internacional da Mulher, na RDA, Berlim Oriental; apoio às brasileiras que, vindas do Chile, se asilaram em diferentes países da Europa. Trabalho Específico nos Comitês de Mulheres Brasileiras em Bruxelas, Lisboa e Milão.
Em 1979, com a anistia decretada retornou ao Brasil sendo recebida no Galeão por todas as entidades feministas lá existentes no Rio de Janeiro. Quinze dias depois na Casa Grande exposição sobre o tema "Democracia e Mulher" para um público de mais de mil mulheres. Apresentou-se como uma marxista preocupada com a mulher.
Em 1983 deixou o PCB passando a se dedicar exclusivamente à questão da mulher, tendo participação no grupo de estudos para a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina. Nesse órgão onde está há treze anos, ocupou os cargos de: Conselheira, Secretária-Geral, Presidente, Vice-Presidente, Coordenadora do Grupo de Educação, Cultura e Meio Ambiente.
Desde então vem se dedicando integralmente à promoção dos direitos humanos e da condição da mulher em nosso país.

TÍTULOS E CONDECORAÇÕES

1. Medalha Anchieta e Diploma de Gratidão do Povo de São Paulo, por serviços prestados à cidade, Câmara Municipal de São Paulo, 26 de junho de 1986.
2. Placa de Prata "Mulher do Ano na Área do Feminismo" Comitê Nacional de Mulheres Brasileiras, Rio de Janeiro, 1988.
3. "Placa de Prata", Jogos Femininos da Primavera, Secretaria do Trabalho.
4. "Placa de Prata, 8 de março" em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, 08/03/92.
5. "Placa de Prata Cidade de Osasco", Prefeitura de Osasco, em agradecimento aos serviços prestados à comunidade, 1994
6. "Placa de Prata 8 de março", SINTETEL, 1995

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