Coletivo Ana Montenegro

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

12 de AGOSTO – DIA DE LUTA CONTRA A VIOLENCIA NO CAMPO E POR REFORMA AGRÁRIA



“Émelhor morrer na luta do que morrer de fome”

Margarida Alves

Margarida Maria Alves foi uma grande sindicalista brasileira, responsável por lutas trabalhistas,( mais de cem ações trabalhistas no Estado da Paraíba) durante a ditadura militar, tendo sido assassinada em 12 de agosto de 1983, daí a existência da chamada Marcha das Margaridas, sempre com a presença da CONTAG , na qual as mulheres trabalhadoras, especialmente as do campo, saem em passeata pelas ruas de Brasília, para lembrar sua morte.


Foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Assumiu o Sindicato em 1973 e morreu por lutar por verbas salariais dos trabalhadores rurais, tendo sido assassinada, com uma escopeta,diante do marido e do filho porque sua luta afrontava os interesses de usineiros e fazendeiros locais, sendo um dos gerentes de uma das usinas locais o acusado como mandante do crime político.

Representou um dos principais marcos na luta política e de classe, protagonizada pelos homens e mulheres explorados e controlados pelo capital, luta essa que se liga, à luta de hoje ainda, das mulheres do campo, pela produção de alimentos de base agroecológica, pelo respeito aos seus hábitos alimentares construído por seus saberes e conhecimentos, com a construção, enfim, de outros modelos de produção, que priorize o consumo interno, respeitando os recursos naturais, com justa apropriação dos valores gerados,negando, portanto, a estrutura produtiva capitalista.

Margarida Alves morreu combatendo o capitalismo em suas bases econômicas,e, os mecanismos que sustentavam na época em sua cidade a hegemonia política dos então donos de terras que se julgavam também dono de pessoas.

Nós do COLETIVO DE MULHERES ANA MONTENEGRO, não ignoramos o quanto essa valorosa mulher serviu e continua servindo como inspiração para a organização de milhares de mulheres, particularmente das trabalhadoras rurais porque, comosabemos, a luta no campo continua, contraos donos de terras, contra as usinas, agora não de cana, mas hidroelétricas, sabendo da inviabilidade da proteção às pessoas e ao meio ambiente dentro do capitalismo e identificando o caráter anticapitalista da luta no campo, da luta ambiental sempre em direção a uma sociedade socialista.

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